Atendimento ao Cidadão

 

A Cidade


A Cidade

Publicado em 22 outubro de 2014

 

Histórico

O local que hoje constitui o município de Nova Friburgo se estabeleceu em uma área indígena conhecida nos tempos do império como “sertão ocupado por várias nações dos índios brabos”. Os primeiros habitantes nativos da região eram povos das tribos Puri, Puri-Coroado e Guayacaz, que viviam em cabanas simples nas margens dos rios.

Os primeiros europeus que chegaram à região foram os portugueses, atraídos pelo cultivo do café, que se expandiu a partir de Cantagalo. Junto com eles, vieram os escravos africanos, que trabalhavam na lavoura e nos serviços caseiros. No atual distrito de Lumiar, em Benfica, e em São Pedro da Serra, há evidências culturais de quilombos formados por negros e suas famílias, foragidos das fazendas de Cantagalo e da Baixada Fluminense.

Em 1818, o Rei D. João VI, interessado em intensificar a colonização do interior do Brasil, baixou um decreto que autorizava o agente do Cantão de Friburgo, na Suíça, a estabelecer uma colônia de cem famílias na Fazenda do Morro Queimado, no Distrito de Cantagalo, no norte do Estado do Rio de Janeiro. A sede da colônia recem formada recebe o nome de Nova Friburgo, em função da procedência dos seus primeiros colonizadores. No final de 1919 e início de 1920, depois de uma longa e penosa viagem em que muitos morreram, os suíços começaram a chegar, depois de serem construídos os edifícios imprescindíveis à vida da colônia.

Após a proclamação da Independência, o governo imperial enviou o major George Antônio Scheffer à Alemanha para contratar mais imigrantes. Em maio de 1824, chegaram a Nova Friburgo 343 alemães protestantes, liderados pelo pastor Frederico Sauerbronn. O contingente que chegou ao município trouxe consigo a novidade do protestantismo para a região e um povoamento maior do que o até então existente. Assim, Nova Friburgo abrigou a primeira comunidade luterana do Brasil e a primeira Igreja Luterana da América Latina. Mais tarde, a região também recebeu imigrantes italianos e sírios, acentuando o progresso da localidade. Além dos portugueses, africanos, suíços, alemães, sírios e italianos, presentes na cidade, outros imigrantes chegavam do Japão, Espanha, Hungria, Áustria e Líbano. Nova Friburgo tornou-se assim a única cidade do país colonizada por dez nações.

Em 1870, com a inauguração da estrada de ferro Leopoldina Railway, que transportava o café de Cantagalo para o porto do Rio, surgiram estabelecimentos comerciais, hotéis, escolas – o Colégio Anchieta e o Colégio das Dorothéas – e indústrias do ramo da construção civil. Esses empreendimentos se transformaram no centro urbano da região, onde os barões do café tinham propriedades. No final do século 19, Nova Friburgo era o principal produtor de alimentos da região oriental do Vale do Paraíba do Sul. Em 1890, foi elevada à categoria de cidade.

Nos primeiros anos do século 20 – enquanto na região do entorno desmoronava a economia que havia se sustentado sobre o latifúndio escravista –, Nova Friburgo convivia com o crescimento comercial e urbano: já existiam alfaiatarias, sapatarias e outras oficinas do setor de vestuário e de fabricação de ferramentas, pequenas fábricas de cerveja e café, além de um próspero comércio ambulante. A cidade foi se afirmando também como um pólo de atração para pessoas em busca de melhores oportunidades, devido às condições adversas da vida no campo.

Em 1910, o presidente da República, Dr. Nilo Peçanha, inaugurou na cidade o Sanatório Naval, com a missão inicial de tratar as vítimas de beribéri, tuberculose e outras doenças. O clima frio era favorável para a recuperação dos convalescentes. O imóvel, hoje tombado pelo Patrimônio Histórico, também foi utilizado como campo de internação para tripulantes de navios alemães, aprisionados pelo governo brasileiro em vários portos durante a Primeira Guerra. A partir de então, a cidade passa a receber diversos visitantes em busca de tratamentos de saúde. Muitos deles, acabaram fixando residência na cidade.

Em 1935, o trem que passava pelas ruas da cidade, ao lado de automóveis e ônibus, ganhou a sua estação de passageiros, no prédio onde atualmente funciona a Prefeitura Municipal. Dois anos depois, a fábrica de Ferragens Hans Gaiser (Haga), em que o nome da empresa são as iniciais do proprietário, se instalou na cidade. Nova Friburgo se transformava em pólo industrial e comercial do Centro-Norte fluminense, atraindo moradores das cidades vizinhas, que enfrentavam um processo de esvaziamento.

Em 1960, o município contava com cerca de 70 mil habitantes. Crescia o êxodo rural: quase 80% da população vivia na área urbana. Ali se instalaram novas fábricas, principalmente no setor metalúrgico. No entanto, mesmo com o crescimento do setor de mecânica e metalurgia, ainda eram as fábricas têxteis (em maior número e poder econômico) que empregavam maior contingente de trabalhadores. Naquela década surgiram as primeiras iniciativas voltadas para o planejamento urbanístico da cidade e promovidas políticas de relações diretas com o governo da Suíça para consolidar a imagem de Nova Friburgo como “a Suíça Brasileira”. Destes contatos, resultaram iniciativas como a construção da Queijaria-Escola, em convênio estabelecido por meio da Associação Fribourg – Nova Friburgo; a produção de vasto material de pesquisa e propaganda sobre as raízes helvéticas do município e o estímulo para que os friburguenses buscassem informações sobre suas árvores genealógicas no Departamento da Pró-Memória da Prefeitura.

No início da década de 1980, o setor têxtil sofre uma forte crise e inúmeras indústrias fecham as suas portas. Deu-se aí, o surgimento de incontáveis micro-empresas atuando na confecção de moda íntima. A princípio, a falência das grandes indústrias poderia representar uma decadência econômica para Nova Friburgo, mas o empreendedorismo daqueles que perderam seus empregos reverteu a situação em favor do desenvolvimento regional.

Hoje, Friburgo é responsável por 25% da produção nacional de lingerie e é conhecida pelo título de “Capital da Moda Íntima”. O Pólo de Moda Íntima de Nova Friburgo e Região possui cerca de 1000 confecções que geram 20 mil postos de trabalho – 8 mil diretos e 12 mil indiretos. O bairro de Olaria e o Distrito de Conselheiro Paulino concentram, atualmente, um grande número de confecções, depósitos e lojas de moda íntima.

Conselheiro Paulino também é responsável por abrigar o maior número de indústrias do setor metal-mecânico. Ao todo, a produção industrial da cidade representa 41% do Produto Interno Bruto (PIB) friburguense, perdendo apenas para o setor de serviços, segundo dados da Firjan.

Mas a primeira atividade econômica registrada em Nova Friburgo foi a agricultura. Inicialmente praticada por imigrantes, o cultivo de inúmeras variedades de frutas, legumes, verduras e até flores transformou a cidade em referência estadual da agroindústria. Atualmente, Nova Friburgo detêm o título de maior produtora de morango, couve-flor e flores de corte do estado, e ainda destacam-se as culturas de tomate, inhame, truta, oleiriculturas e etc no cenário nacional.

A rica história de Nova Friburgo diferencia e define o seu povo. Um traço marcante da cidade é a influência deixada pela colonização, especialmente a européia, que contribuiu com o maior número de colonos, cujos costumes foram incorporados à cultura do povo friburguense. Tais costumes fizeram de nossa gente, um povo empreendedor e determinado que lutou para superar várias adversidades ao longo da sua história e tornou Nova Friburgo uma referência na região centro-norte fluminense.

O Município também se destaca pela tradição turística proporcionada pelo seu clima, belas paisagens e por possuir fortes atrativos como a indústria de lingerie, Queijaria Escola, chocolates artesanais, gastronomia variada e internacional, produtos de beleza derivados de leite de cabra e eucalipto, além da indústria metal mecânica, comércio diversificado, universidades e escolas que reúnem um centro de excelência em ensino. Inclusive, a cidade já deteve o título de segunda maior rede hoteleira do estado. O Carnaval friburguense ainda é considerado o segundo melhor do Rio de Janeiro, com desfile das suas escolas de samba e blocos. Além de atrair muitos turistas pela tranquilidade e segurança.

Atualmente, Nova Friburgo conta com quatro universidades que oferecem diversos cursos. Entre eles, o curso de Gastronomia, que é uma novidade no interior do estado e atrai alunos de diversas partes do país, fortalecendo a vocação de turismo gastronômico da cidade. Os demais cursos encontrados na cidade têm universitários de vários municipios adjacentes.

Todavia, em janeiro de 2011, uma tragédia climática abateu-se sobre a cidade, quando muitas vidas se perderam devido a uma forte enxurrada e vários deslizamentos de terras. O evento ocorrido foi classificado como a maior tragédia climática do Brasil e isso nos dá a dimensão do trabalho de reconstrução que o município tem que encarar para erguer-se novamente e mostrar ao país a força de sua gente.

Atualidade

Nova Friburgo é o maior produtor de truta do estado do Rio de Janeiro. A espécie, que é parente do salmão, se adapta muito bem ao clima frio e águas cristalinas. Os truticultores da região investem cada vez mais na criação do pescado e muitos já apontam Nova Friburgo como a capital da truta. A produção mensal chega a três toneladas. Nos últimos anos, no mês de novembro, o Nova Friburgo Convention & Vistors Bureau, em parceria com restaurantes, realiza o Festival da Truta. Dezenas de estabelecimentos participam do evento, voltado para o turista.

Outra grande referência de Nova Friburgo é a sua produção de moda íntima. Tanto pela quantidade de cofecções quanto pela qualidade dos produtos. O polo de Nova Friburgo conta atualmente com mais de 1,3 mil confecções, que são as responsáveis por 21 mil postos de trabalho diretos e indiretos, e pela produção de aproximadamente 114 milhões de peças por ano. Em Nova Friburgo, é realizada a Feira Brasileira de Moda Íntima, Praia, Fitness e Matéria-Prima (Fevest), uma das maiores da América Latina. O evento apresenta tendências de moda para confeccionistas e compradores e movimentou mais de 40 milhões de reais em 2013.

A cultura da cidade é fortemente influenciada pela colonização europeia. Tanto, que no centro da cidade, um dos principais pontos turísticos é a Praça das Colônias. O local frequentemente recebe eventos relacionados às dez nações que colonizaram Nova Friburgo. Outro traço forte da cultura municipal é a trova, uma modalidade literária de poesia. Em 2014, a União Brasileira dos Trovadores – Subseção Nova Friburgo realizou a 55ª edição dos Jogos Florais. A tradição dos Jogos conferiu à cidade o título de Berço da Trova. Ao falar da cultura friburguense, não podemos esquecer de mencionar as centenárias bandas Euterpe Friburguense, Campesina Friburguense e Euterpe Lumiarense. A primeira, foi fundada em 1863. Sete anos depois, em 1870 veio a Campesina Friburguense. A caçula das sociedades musicais, a Euterpe Lumiarense, data de 1891.

A alta estação turística de Nova Friburgo é o inverno. Com temperaturas baixas, a cidade recebe muitos visitantes em busca de curtir o frio da serra e se deliciar com a gastronomia e também os dois festivais de inverno que integram o calendário de eventos municipal. Entre os meses de julho e agosto, Friburgo é palco do Festival Sesc de Inverno, que está na sua 13ª edição, e do Festival de Inverno de Nova Friburgo, na sua 12ª edição. Enquanto a programação oferecida pelo Sesc inclui música, artes plásticas, cinema, literatura, oficinas e várias formas de arte popular, o outro Festival tem a proposta de oferecer música clássica e erudita de qualidade, como nomes internacionais. A dança também marca presença na cultura de Friburgo. Há 26 anos, a cidade recebe o Encontro Sesc de Dança, que é uma referência do gênero no estado, sempre com artistas de peso no cenário nacional.

Dados Gerais
Aniversário da Cidade: 16 de Maio
Prefeito: Johnny Maycon
Endereço da Prefeitura: Av. Alberto Braune, 225
CEP: 28613-001
Código de Área (DDD): (22)
Telefone: 2525-9100
CNPJ: 28.606.630/0001-23
Voltagem: 220 volts
Área e Localização
Região: Serrana
Área total: 938,5 km²
Latitude Sul: 22º 16′ 55″
Longitude b: 42º 31′ 52″
Altitude: 846 metros
Municípios limítrofes: Cachoeiras de Macacu, Silva Jardim, Casimiro de Abreu, Macaé, Trajano de Morais, Bom Jardim, Duas Barras, Sumidouro e Teresópolis.

Distritos
1° Distrito: Nova Friburgo
2° Distrito: Riograndina
3° Distrito: Campo do Coelho
4° Distrito: Amparo
5° Distrito: Lumiar
6° Distrito: Conselheiro Paulino
7° Distrito: São Pedro da Serra
8° Distrito: Muri/Mury

População
População total: 182.082
Homens: 87.254
Mulheres: 94.828
Urbana: 78.650
Rural: 12.553
*Dados do Censo IBGE de 2010

Distância e Acesso às Principais Cidades
Belo Horizonte, MG: 492 km
Bom Jardim: 25 km
Casimiro de Abreu: 66 km (via Serra-Mar)
Macaé: 220 km
Rio de Janeiro: 136 km
São Paulo, SP: 564 km

Economia
Principais atividades econômicas: Turismo, indústria de moda íntima, flores de corte, olericultura, caprino cultura e indústria (têxteis, vestuário, metalúrgicas, etc).

Clima
Temperatura: Clima tropical de altitude. Temperatura amena no Verão e fria no Inverno, com as quatro estações bem definidas.

Principais pontos turísticos
Cachoeiras e rios dos Distritos de Lumiar e São Pedro da Serra
Catedral de São João Batista, construção de 1869, ligeiramente inclinada – localizada na Praça Dermeval Barbosa Moreira, no centro da cidade;
Colégio Anchieta;
Chocolateria Suíça;
Igreja de Santo Antônio, na Praça do Suspiro, no Centro;
Praça das Colônias, no Suspiro;
Jardins do Nova Friburgo Country Clube;
Museu do Colonizador;
Museu do Mel;
Parque do Cão Sentado, em Conselheiro Paulino;
Pedra Riscada, localizada na RJ 142, Estrada Serramar
Pedras de Três Picos, em Salinas;
Plantação de flores de corte em Vargem Alta;
Praça Getúlio Vargas, centro geodésico do Estado do Rio de Janeiro;
Queijaria Escola, Conquista;
Sítio do Nêgo, RJ 130, Estrada Friburgo-Teresópolis
Teleférico, no Centro da cidade

Hino de Nova Friburgo

Friburguenses, cantemos o dia
Que surgindo glorioso hoje vem,
Nesta plaga onde o amor e a poesia
São como as flores nativas também
Escutando os rumores da brisa,
Refletindo esse céu todo azul,
O Bengalas sereno desliza
Sob o olhar do Cruzeiro do Sul.

Estribilho
Salve, brenhas do Morro Queimado,
Que os suiços ousaram varar,
Pois que um século agora é passado,
Vale a pena esse tempo lembrar.

Do suspiro na fonte saudosa,
Há três almas que gemem de dor,
Repetindo esta prece maviosa
Da saudade, do ciúme e do amor
Estas serras de enorme estatura,
Alcançando das nuvens o véu,
São degraus colocados na altura,
São escadas que vão para o céu.

Estribilho
Salve, brenhas do Morro Queimado,
Que os suíços ousaram varar,
Pois que um século agora é passado,
Vale a pena esse tempo lembrar.

Coroemos de versos e flores
A Princesa dos Órgãos, gentil,
Embalada em seus sonhos de amores
Das aragens ao canto sutil.
Em teu seio de paz e bonança,
Sono eterno queremos dormir,
Doce anelo de nossa esperança,
Esperança de nosso porvir!

Estribilho
Salve, brenhas do Morro Queimado,
Que os suíços ousaram varar,
Pois que um século agora é passado,
Vale a pena esse tempo lembrar.

Letra: Franklin Coutinho
Música: Sérvio Lago

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